Engraçado que já faz quase um ano - mesmo - que o último texto do Diário dos astronautas foi penosamente escrito. Com algumas referências que diziam que o tempo de escrever por aqui tinha acabado. E tinha mesmo. Não havia nada que motivasse qualquer boa história, ou algum daqueles contos que são agradáveis de escrever e até de ler. Agora, faltando uma semana para que se passasse um ano sem nada de novo, temo que as atividades voltem ao normal por aqui. Antes, deixe-se largar em algum lugar macio, enquanto lê meu curto e chato resumo do que tem acontecido.
Vi, pela primeira vez, Marte e Beteugeuse. Senti, numa outra ocasião, uma terrível comichão de nervosismo na barriga, do qual não me esquecerei. Senti também, mais vezes do que gostaria, aquele frio ruim atrás da cabeça. Definitivamente, foram meses quentes demais, meio monótonos e até insalubres. As mesmas trapaças de sempre, seguidas da mesma sensação de que as coisas só podem melhorar dali em diante. Comecei a escrever um curta-metragem, e ouvi uma das canções mais profundas, daquelas que dão arrepios, e uma sensação estranha em torno do corpo. Ri sozinho, mais vezes do que precisava, sentei sozinho mais vezes do que realmente queria. Enchi um tantão de balões, e comi um tantão de biscoitos de chocolate. Tomei chuva. Fiquei triste, sabendo porquê. Corri, para variar. Fiquei por aqui, observando. Dessa vez, realmente sozinho.
Decidi que era hora de retornar, talvez por necessidade, ou mesmo pela simples dificuldade de desapego. E agora estou aqui, pronto para escrever os mesmos textos comuns de sempre, com a mesma pretensão tola. Aqui estou.