terça-feira

Falta

Sinto falta dos amigos.

Sinto falta de pegar chuva, de nadar sem rumo. Sinto falta de rir à toa. De comer biscoitos e pipoca. E chocolate. De fazer coleta pra comprar comida. Sinto falta de histórias de terror e de brincadeiras sem sentido. Sinto falta das gargalhadas que tiravam o ar. Dos comentários sobre tudo e qualquer coisa. Das tardes ouvindo música. Dos momentos de depressão em conjunto. Dos momentos de alegria em conjunto. Sinto falta das músicas que tocavam, e que repetiam várias vezes até ninguém mais agüentar. Sinto falta até das brigas. De todas as discordâncias. De assistir TV com todo mundo.

quarta-feira

Acostumando


“Tá, então eu acordo hoje, e ele não.”

Foi a primeira coisa que consegui pensar. É esse tipo de coisa que dói. O tipo de coisa que faz o coração palpitar descompassado. Há coisas do mundo que simplesmente nunca vou conseguir entender.

Morrer. Ficar só. Não precisamos disso. Não deveríamos pagar assim. Você é louco por alguém, e simplesmente não vai poder ver essa pessoa sorrir nunca mais. Nunca mais. E não vai poder encontrar abrigo ali. Não mais. Não é certo. Tão poucas pessoas aprendem a amar. E as pessoas que nós amamos não deveriam ir. Nunca. Pergunto-me às vezes sobre o que posso fazer agora. O que vou fazer agora. Como vou fazer, e se isso vai ser anestésico. Se vai fazer parar de doer. É meio depressivo isso, não é?