quarta-feira

Sobre coisas novas



Sabe o que seria legal? Se todo mundo resolvesse ser um pouco menos tapado por alguns instantes. Pouco tempo mesmo, só pra pedir desculpas, viver mais, viver melhor. Descobrir como sorrir sem motivo, perceber como é legal o vento de praia. Aprender que a vida, essa que a gente tem, é só uma mesmo. Entender que os anos podem passar, os amores, até os amigos, mas as coisas incríveis que fizemos ficam eternizadas. Uma fração de segundo para aprender a valorizar o que realmente importa. Um milésimo de nada pra aprender a sonhar, entende? Sonhar com uma casa no campo, um cachorro amarelo, um balanço sob uma árvore velha, um monte de pirralho correndo no quintal. Nem precisa fazer um monte de coisas, no fundo. É só aprender a sonhar, é só não esquecer que é disso que vivemos, é por isso que vivemos. Passar pelo mundo só por passar não é justo, não é certo. Sonhar faz bem, ajuda a querer continuar quando nada está dando certo. Ajuda a querer viver. Viver sem nada assim? Não me parece viver.

sexta-feira

Confusão

Eu até que poderia contar as últimas coisas que me aconteceram, mas acho que não devo. Simplesmente porque não acredito que possam ter sido tão interessantes ou relevantes assim. Apesar de terem me mudado, de certa forma. Enfim, talvez seja melhor simplesmente refletir.

 Eu realmente não ando sabendo o que querer. Não ando sabendo o que pensar. Simplesmente as ideias não estão fixas, como era de costume. Há algo que eu quero muito, e às vezes tenho certeza de que é aquilo mesmo, até rio sozinho e tudo. Basta pensar por algumas horas e começo a imaginar a bobagem que estou fazendo. A grande coisa errada na qual estou me metendo. Realmente não sou muito fã de encrencas e confusões, mas acabo acreditando em algo, e tomando aquilo pra mim de tal maneira que parece nem haver tantas possibilidades assim. Eu até tento respirar fundo, contar até dez, mas não acredito que isso faça muita diferença. Passei por coisas horríveis, que ficam no intervalo de uma bobagem e algo realmente sério, e simplesmente não consigo me desviar disso. Eu que sou desses que ficam tristes por qualquer coisa, que odeiam mudar, que odeiam um monte de coisas. Eu que fiquei com as mãos atadas vezes demais até mesmo para um ano inteiro, e perdi o controle das coisas importantes. Eu que quebrei minhas promessas, que rasguei as fotos, que quebrei as músicas. Eu que sonhei tanto com tanta bobagem que nem gosto de lembrar. E tudo em um mesmo começo de ano.

De certa forma, sinto que meu inconsciente está dizendo que isso faz parte de um plano maior, e até gosto de pensar assim. Mas é impossível não imaginar que tudo pode dar errado. E até decidi ignorar tudo aquilo que me dizem, porque de maus conselheiros o universo está cheio. Mesmo assim, acabo duvidando das minhas próprias certezas, e acho que já perdi a paciência com o maldito formigamento atrás da cabeça, com  o maldito frio constante na barriga, com aquela terrível sensação de que as coisas estão dando errado de propósito, todas de uma vez só, e a incerteza de que rumo as coisas podem tomar.

Porque eu sou otimista, sim. Sou persistente. Brinco com situações que podem me machucar. Parece que nem ligo pra isso. E sou até paciente, entendo que as pessoas quase nunca sabem o que estão falando, fazendo ou do que estão rindo. Ainda assim, gostaria ao menos de saber o que eu estou fazendo.