segunda-feira

Casal





__amoor...
__...
__amor?
__...
__você está acordado?
__...!
__AMOR!
__que foi,merda?!
__ah,desculpe.Pensei que você tava dormindo.
__aff...
__você vai sair hoje?
__não.Tem jogo.
__que tem o jogo?
__tem que eu vou assistir.
__o jogo?
__não.A novela.É claro que é o jogo.
__mas quem vai jogar?
__o flamengo.
__contra o Brasil?
__não.O flamengo não pode jogar contra o Brasil.
__por quê?
__é complicado.Outro dia eu explico.
__tá me chamando de burra?
__nem que eu quisesse.
__hã?
__nada.
__...(silêncio ofendido)
__...(silêncio do tipo ‘não sei o que eu fiz’)
__você vai sair hoje?
__NÃO!
__mas você não podia sair nem para me fazer um favor?
__qual é a merda do favor que você quer?
__nada.Mas se eu quisesse um favor você sairia pra fazer?
__mas que droga você acha que está fazendo?
__você faria ou não?
__faria.
__você vai sair hoje?
__não.
__mas e o favor?
__você não o quer.
__e se eu quisesse?você me deixaria na mão?
__P-U-T-A-Q-U-E-P-A-R-I-U!
__não gosto quando você fala palavrão.Me faça um favor?
__qual é o maldito favor?
__vá à farmácia e me compre alguns anticoncepcionais.Diga ao farmacêutico que esses em especial aumentam o tamanho dos seios.Ele saberá.
__você quer que eu vá à farmácia...
__isso.
__e peça ao farmacêutico..
__ahãm.
__remédios para o crescimento dos seios.
__é.
__é foda.
__o quê?
__nada.
Ele se levanta e vai se arrumar para sair.ela:
__ei.
__?
__não quero ficar sozinha.


__...






E os homens são complicados...

domingo

Dor

Chorou como se o mundo fosse acabar naquele momento.

__você volta?

__volto.__ele respondeu. Não voltaria. E ela sentia vontade de chorar, e de correr gritando o quanto estava triste. Ela sofria, e o mundo não queria parar. Continuava doendo, como uma brecha que se abre no meio da sua caixa torácica, entre as veias visíveis e o cérebro. Chorou. Doía muito. Ele não voltaria. Ela sabia disso. E se irritava por saber. Gostaria de poder manter as esperança de ver aquele sorriso desconexo uma vez mais. Não veria. Queria poder fazer cócegas ate ele perder o ar. Não faria. Chorou. Tinha o direito de chorar. Não queria. Lembrou-se dele sorrindo no natal, quando ela tropeçara e derrubara a garrafa de vinho. Cheiro de álcool. Ele sorria. Não sorriria mais. E ela ali. Não saberia viver sem vê-lo. Sem tê-lo. Não resistiria. Morreria. Ou até pior: não morreria. Sofreria até a ultima grama do que é possível sofrer. Secaria todas as lágrimas do mundo. E tomaria todas para si. Ele tinha que voltar. Mas não ia. Por quê?Fácil. É sempre assim. Amamos. Não sabemos amar. Maltratamos. Isso nós sabemos bem. E quando o amor resolve ir embora, nos arrependemos, e queremos que o mundo acabe porque vamos chorar todas as lágrimas que existirem entre nós e o fim do universo. Não merecemos. Talvez até sim. Mas não desse jeito. Dor fria. Dor. Ele daria seus últimos suspiros dali a pouco numa sala imunda de hospital. Dor. Morreria olhando para o teto. Dor. Morreria com a metade do peso que deveria ter. Dor.







Ela foi para o banheiro e chorou. Até secar.

quinta-feira

Meninos E Meninas(capitulo 3)


“Os homens não servem. Não prestam. Pelo menos este aqui...”. Lissy pensava isso enquanto corriam pelos corredores do hotel. Daí você pergunta: ”Mas como uma garotinha de sete anos pode ter essa mentalidade?”. Daí eu, pacientemente, respondo: ”Sei lá, pows! Mulheres são assim! Elas já nos desclassificam na memória desde pequenas!” Não as culpo.
  Edward encaminhava Lissy para uma fuga pelas ruazinhas próximas as torres de pizza.
Entraram num beco encardido. Tinham fugido enquanto o pai de Edward participava de uma conferencia. Atravessaram varias ruas correndo e foram xingados por diversos motoristas mal humorados que voltavam para casa depois de mais um dia estressante e que esperavam sinceramente ter um motivo para descontar a raiva na esposa e filhos. Agora o tinham. Uma garotinha loura que não tinha olhos azuis quase conseguira destruir sua amada lataria nova com o peso do próprio corpo.
__Edward!Onde estamos indo?__casa vez mais lissy se irritava com essa terrível mania de correr por ai. Estavam fugindo de que, afinal?
__Quero mostrar-lhe um lugar onde tenho muitos amigos. Quero que lhe conheçam!Eles me ensinaram muitas coisas!
Já haviam diminuído os passos quando entraram numa área cada vez mais remota e escura da cidade. As estrelas já apareciam quando pararam em frente a um bar de aspecto velho e doentio. Exatamente o tipo de lugar que você não quer que o seu filho freqüente antes dos trinta e cinco.
__Não vou entrar aí.
__Que bom. Não é ai que vamos. Quero que conheça uns amigos viciados na jogatina e no trafico de drogas. Mas eles são fracos demais para esse local.
Entraram num prédio espremido em alguns metros quadrados que separavam dois cassinos. O ar estava carregado com fumaças de todos os odores, e pessoas definitivamente fora de si andavam cambaleando pelo estreito corredor que servia como entrada única para o local.
__Quem são essas pessoas, Edward?Por que estão neste aspecto deplorável?
__Ah, são os viciados. Sem eles o mundo nem giraria.__Edward citava palavras usadas por um de seus ‘amigos’ para responder á primeira pergunta que ele próprio fizera ao entrar naquele local pela primeira vez.
Entraram numa sala mal iluminada.
__Uau!Nosso amiguinho tem namorada agora?Ou seria ela muito novinha para ele?__uma voz gutural falou isso, e quando os dois viraram-se para olhar, encontraram um homenzinho de aspecto frágil.
__Tom!__Edward gritou feliz.
Não posso continuar a história sem dedicar um capítulo inteiro só para explicar porque raios Tom aceita crianças no estabelecimento. Se você gostou da historia até agora,não se preocupe,são só processos para se entender melhor a lógica das coisas.Se você não gostou,dane-se.Espere algum tempo que o próximo capitulo(a historia de Tom,as ações de Tom,e quem raios é Tom)terá um pouco mais de ação.Falará de guerra.

quarta-feira

Vamos Fazer Um Filme!


Acho a letra incrivel.Teremos alguma conclusão tomada após o almoço -não tente ver sentido na frase.Apenas sorria e acene.Dedico a todos aqueles com quem convivo todos os dias,e torço sinceramente para que sejamos eternamente legais uns com os outros, pra variar.


Achei um 3x4 teu e não quis acreditar
Que tinha sido há tanto tempo atrás
Um bom exemplo de bondade e respeito
Do que o verdadeiro amor é capaz
 (Achei fotos de todos vocês,e passei boas horas rindo do rostinho infantil que cada um tinha.A minha eu escondi..desculpem,vergonha.)

A minha escola não tem personagem
A minha escola tem gente de verdade
 (Confio em todos com quem convivo todos os dias,e quero todos sejam melhores do que eu sonho em ser.)

Alguém falou do fim-do-mundo,
O fim-do-mundo já passou
Vamos começar de novo:
Um por todos, todos por um
 (O fim do mundo vem,o mundo acaba e nasce de novo.Só nós continuamos aqui,brigando e jurando ódio eternamente,quando na verdade não conseguimos nem nos afastar!)

O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme
 (Quem disse que podemos ser reprimidos?Quem disse que aceitamos ordens?Quem disse que não choramos?Quem disse que conseguimos ficar sós?E registramos tudo para que no futuro possamos provar que somos bem mais do que o resto jamais imaginou ser.)

O sistema é mau, mas minha turma é legal
Viver é foda, morrer é difícil
Te ver é uma necessidade
Vamos fazer um filme
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
 (Eu te amo=Palavrões,brincadeira sem graça,gestos obscenos.É só o nosso jeito.)

Sem essa de que: "Estou sozinho."
Somos muito mais que isso
Somos pingüim, somos golfinho
Homem, sereia e beija-flor
Leão, leoa e leão-marinho
(Não há segredos(nem que você queira guardar algum!).Somos jovens,somos o que
quisermos ser,e somos sempre alguma coisa.Mesmo que achemos que não somos nada.)


Eu preciso e quero ter carinho, liberdade e respeito
Chega de opressão:
Quero viver a minha vida em paz
Quero um milhão de amigos
Quero irmãos e irmãs
 (Nem eu sei direito quando quero ficar sozinho,ninguem sabe.Queremos paz,mas queremos tambem conselhos e amigos de verdade.Os temos.)

Deve de ser cisma minha
Mas a única maneira ainda
De imaginar a minha vida
É vê-la como um musical dos anos trinta
E no meio de uma depressão
Te ver e ter beleza e fantasia.
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, como é que se diz: "Eu te amo."?
E hoje em dia, vamos Fazer um filme
Eu te amo
Eu te amo
Eu te amo

(O mais belo pôr do sol vem e passa,mas só amigos de verdade são para sempre.No melhor convenio B que já existiu amigos pra vida toda nascem todos os dias.)

terça-feira

Meninos E Meninas(capitulo 2)





__Lissy, não demore!O pai de Edward já está aqui!
Obviamente Lissy havia recusado a proposta da viagem. As coisas não haviam saído exatamente como ela queria, ou esperava. Edward era um babaca. Ela não quis vê-lo pelo resto da semana. Tinha medo de que ele tivesse reparado na cara boba que ela fizera ao vê-lo se aproximar. Não queria vê-lo. Não ia aceitar a viagem. Respondeu negativamente a todos os bilhetes que ele mandara. Mas o garoto era imperativo. Mandou o pai pedir para os pais dela permissão para a viagem. ”Droga!”Ela lia um livro sobre as constelações numa tarde particularmente quente quando a campainha tocou. Era Edward. Ela sabia. Vira o carro chegar. Ele sorriu cinicamente quando a mãe dela pediu para o pai dele entrar. Naquele dia estava todo ‘engomadinho’.Queria causar boa impressão. ”Crápula!”. Ela aprendera a palavra horas antes com o próprio pai, um político convicto. O que quer que fosse crápula, Edward sem dúvida era um. Nojento. A mãe de Lissy não só havia aceitado a proposta de viagem como havia também sugerido que a garota passasse uma temporada inteira fora de casa.


__Lissy,você sabe que para mim é muito importante que você vá.Páre de negar algo que eu tenho certeza que você quer muito!__Foi o que Edward disse depois ,no quintal.Os dois conversavam na casa da árvore enquanto os pais discutiam datas."Eu quero muito é te matar por você ter me feito achar que ia ser beijada!".Lissy não falou isso.Mas pensou.

Nunca confie cem por cento nas garotas.Elas não dizem tudo o que pensam,e nem sempre vai existir um motivo real para elas se irritarem com você.Você é homem,isso basta.

segunda-feira

Meninos E Meninas(capitulo 1)


NOTA: Apresento agora uma crônica. Grande. Será divida em alguns capítulos. Este aqui é o primeiro. Espero que gostem. Comentem.

Lissy morava em casa de esquina, cidade do interior. Tinha sete anos. Morava com os pais, e era loura. Tudo culpa dos ancestrais saxões. Ela não gostava da cor dos olhos. Eram castanhos. Queria tê-los azuis, como os de sua avó. Mas não os tinha.
Lissy gostava do lago que ficava a apenas dez minutos de bicicleta de sua casa. Pena que ainda não sabia andar de bicicleta. As pernas eram curtas demais para alcançar o chão na bicicleta para doze anos, e toda vez ela caía. E caía sem parar até ficar toda arranhada e desistir. E resolvia ir a pé. Daí demorava muito mais. Meia hora, talvez.
A garota tinha um aquário, e os peixinhos dourados faziam bico toda vez que ela dava “soquinhos” no vidro. Lissy também tinha um irmão pequeno. Terrível. Terrível ter um irmão. Terrível ter Thomas como irmão. O moleque arrancava a cabeça das bonecas, jogava veneno para os peixes, e vivia furando o pneu da bicicleta de Lissy. Ela nem sabia andar, mas gostava muito da bicicleta. Ganhara do avô no ultimo aniversario comemorado antes dele sofrer um ataque cardíaco.
Aquela manhã em especial, Lissy poderia dizer que estava deprimida, se soubesse o significado da palavra. ”Droga de vida!”, pensou irritada enquanto lavava as janelas da cozinha. Trabalhar. Era criança, ora, pois. E pior, era um domingo!Era seu aniversário. E ninguém lembrava.

Mentira, Edward lembrava.

Edward. Ele sempre se lembrava das coisas. Ele sabia das coisas. Tinha viajado o mundo com o pai geógrafo, e conhecia mais do que a maioria dos adultos, que não tinham capacidade nem para lembrar um dia tão especial!
Edward morava a umas seis ruas da casa de Lissy, e sempre que podia fugia para visitá-la. Edward tinha cabelos castanhos, e os olhos eram azuis. Do jeito que Lissy gostaria de ter. Mas ela prometera a si mesma que se ela não tinha, seus filhos teriam a tão desejada cor dos olhos. Lissy casaria com Edward para assegurar que isso acontecesse. Edward não sabia disso. Mas eram amigos. Um dia ela contaria e ele concordaria, sem problema algum.

__Bom dia, Lissy!__Edward gritou de uma árvore próxima a janela que Lissy limpava no segundo andar.

__Oi, Edward.

Era engraçado como Lissy conseguia se reconfortar com essa maestria de Edward em sempre encontrar o lado positivo das coisas. Ele sabia que ela estava irritada pelo aniversário não comemorado, que estava cansada, e que muito provavelmente seria extremamente ignorante com ele. Ainda assim, ele ia visitá-la, e provavelmente ela receberia um convite para ir ao lago, onde ele mostraria como sempre algo que a faria sorrir e achá-lo um bobo sem nexo. Edward sempre fazia isso. Sempre conseguia surpreende-la quando nada mais era surpresa.
Edward correu ao redor do lago. Lissy, obviamente era muito mais lenta do que ele, e caía sempre que tentava manter um passo mais acelerado do que o normal.

__Edward, pare, por favor!Não agüento mais correr!

__Pararei assim que chegarmos longe o bastante para que os pássaros não nos ouçam!

__Mas os pássaros não são capazes de nos ouvir!

__Errado!Eles não são capazes de nos entender. Eu não quero que eles nos ouçam.

Ela continuou a correr, tentando acompanhar aquele arrogantezinho nojento.
Edward parou num ponto próximo á arvore preferida dos dois. Era nodosa e sempre dava bons frutos. E sombra.
Lissy olhou-o dos pés a cabeça e notou que, como sempre, ele estava com as roupas caras compradas em Paris totalmente imundas, da escavação em busca de coisas novas para estudar e examinar. Sempre ficava assim.

__Hoje é seu aniversario.

__Eu sei disso.

__Mas não vou lhe dar presente.

__Ótimo.

__Lhe farei propostas.

__Tente.

__Você deve aceitá-las, são ótimas.

__Veremos.

Ele estava radiante, ignorando todas as respostas agressivas que tinha recebido. Isso irritava Lissy, mas ao mesmo tempo lhe dava uma imensa vontade de rir. Como podia alguém ser tão irritante e cativante ao mesmo tempo?
“Amanhã meu pai fará uma importante viagem, ao redor do mundo. Me levará como seu ajudante, e quero que você vá comigo. Poderemos conhecer lugares incríveis, e então poderei lhe mostrar de fato todas as coisas que você merece ver. Faremos excursões em cidades antigas, visitaremos bares e roubaremos dinheiro dos bêbados, como deve ser feito. Que me diz?”
Lissy olhou-o no fundo dos olhos, procurando alguma nesga de mentira. Achou-a.

__Seu idiota!Não minta para mim!

__Não estou mentindo. Viajarei e quero que vá comigo. Quero lhe mostrar o mundo.

__E quem me provaria que esta não é mais uma piadinha irritante que você inventa só para acabar com meu dia?__Ele olhava-a quase em divertimento.


__Eu provo.__ele se aproximou dela, ficando a uma distância menor do que seria aconselhável (ou preferível) um garoto ficar de uma garota. Lissy fechou os olhos. Não podia acreditar que aquilo estava acontecendo. Podia sentir seu hálito. Hortelã. Uau!
__Tenho as passagens. Veja. Não estou mentindo.



Ela abriu os olhos. Ele estendia os bilhetes e os sacudia bem na sua cara, como se quisesse espantar um mosquito realmente incômodo. "Putz!".
Garotos são babacas. São uns verdadeiros imbecis sem tato. Só não são quadrúpedes. Não todos. Mas definitivamente todos são uns verdadeiros e completos babacas.