Tentava e tentava
E não voava
Voava
Deixava os braços contrastarem com o vento
Em alento de mãos pequenas
Lentamente ia fazendo
Tipos e cenas
De quem poderia voar
De cara no chão
Dignidade em mãos
De um futuro perdedor
Daqueles que nunca aprenderam a voar
E que acabam por tendo que voltar
Pra casa a pé
Ou de ônibus
Ou o que for
Mas não voam
Não ventam
Não fazem desenhos de nuvem
Nem brincam
Com o algodão do céu
Só porque não aprenderam a voar
E corria de novo
E tomava distância
Em pura ânsia
De poder ouvir de perto
O som aberto
Das harpas que os voadores tocavam
As histórias que contavam
Até que um dia
Correu até o penhasco mais alto
Acima da torre mais alta
Acima da nuvem mais alta
Acima do sonho mais alto
E acima do dorso de algodão mais alto
E decidiu que aprenderia
Tomaria distância
Correria
Correria
E pularia
Sentiria o ar entre os dedos
Perderia todos os medos
E de todos os segredos
O mais contado seria o de que aprendera a voar
Que agora sabia zarpar
Entre os camundongos de pernas longas
Que se escondiam em árvores
Daquelas que ficam no céu
E correu
Correu
E
Pulou.
Talvez tivesse aprendido!
Aquilo era voar?
Sentia o vento entre os dedos
Perdia um a um
Todos os medos
Se iam
Ele nem sabia
Só queria mesmo
Era voar
E voou
Voou
Voou
...
De voar
muito bom!
ResponderExcluiradorei *-*
"Sentia o vento entre os dedos
Perdia um a um
Todos os medos"
tão simples, mas tão rico ao mesmo tempo =)
que criatividade! muito bom! =}
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