segunda-feira

Tal qual

Os papeis riscados com desenhos infantis, desses que as crianças fazem, com monstros e jardins e pessoas sorrindo, tudo harmonicamente rabiscado, como se trombetas soassem longe, anunciando tempos de paz, estavam pregados no chão, com chuvas, sóis e estrelas pendendo para os lados. O balanço já não existia mais. Nem as crianças, tampouco. E havia um tempo nublado, desses que ficam nublados pra sempre, e que só mudam quando há outro ‘começo de tudo’. Havia livros de capa grossa, com suas princesas presas em castelos tentando saltar pela janela, e seus muitos dragões queimando as pontas desgastadas das páginas. E tudo estava tão cheio de um grande vazio, que chegava a ser sufocante.

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