“Às vezes, como que num suspiro longo demais, acabamos não sentindo o
último tremor que vem com a expectativa de voltar pra casa. Perdemos o vento
que passou entre os dedos, fez cócegas e continuou correndo por aí. Querer, às
vezes, não é o suficiente. Não é a garantia que vá dar certo. Tem coisa que a
gente tem que querer muito. De esquecer o tempo pensando
naquilo. E se perder num monte de devaneios. E perder o próprio compasso. E de
perder o ar. Tem que querer muito. E tem que ser sincero.”
Ainda dava pra ouvir o som repetitivo e melódico, que me fazia crer que
ela voltaria. Estaria ali, comigo, a qualquer momento. Sorrindo outra vez. Segurando
minha mão, apertando, e me olhando pra dizer que não sairia mais dali. Do meu
lado.
Aquela mesma menininha que veio sem avisar, me segurou e fez acreditar
que não soltaria mais. A mesma que eu vi chorar tantas e tantas vezes. Fui visitar
sem aviso. E era sempre um sorriso enorme. Um conforto sem fim. Ela mesma. Talvez
tivesse que ser assim. Talvez eu tivesse que perder meu muro, tivesse que sair
da minha zona de conforto pra aprender a pensar um pouco mais. Tudo pela mesma
menininha. Por algum motivo, ela está fazendo muita falta hoje. Muita.
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