quinta-feira

As cartas que eu não mando




"Hoje eu consegui ouvir estranhesas sobre o que pensam os néscios do mundo.Acordar definitivamente não é meu forte,ainda mais sabendo que não há nada forte assim que me fará dormir de novo.Percebi mais uma vez,e mais do que nunca,que ainda não sou tão forte assim para lembrar o quanto ela me faz mal.Porém,não sou fraco a ponto de deixar que ela me domine todo,e me amarre,e me jogue em algum lugar onde não possam me encontrar.Talvez até seja.E ainda assim me dizem que isso passa,que vai sarar,que um dia eu poderei respirar sem ter o seu perfume sendo injetado nas minhas narinas e depois em todo meu corpo,afetando até aonde a mente consegue voar,e eu acredito.Quero acreditar.Ainda não houveram guerras fáceis ,sem mortes,nem perdas,nem aquela vontade terrível de xingar o próprio coração,que insiste nesse frenesi de sentir apertos estranhos e doídos.

Talvez eu esteja exagerando,talvez não seja nada tão terrível assim,talvez ate amanhã mesmo eu esqueça que um dia ela me fez ter sono sem sonho,por a mente estar toda ocupada com o pensamento dela corrompendo minha tarde,até de noite.Eu gostaria que fosse diferente,preferia que ela nem tivesse surgido.Seria bem mais fácil esquecer os erros e deixar tudo para trás, mas agora não consigo esquecer nem que amanhã nos veremos de novo, e ficarei feliz de novo, e quando ela for embora, ficarei triste de novo.Parece até meio depressivo,e isso não é normal para mim,não sou assim,não fico assim fácil.

Não tenho vergonha de chorar,mesmo nem choraria por algo assim,alguém assim,mas tenho agora raiva e saudade do que eu poderia ser algum dia,se ela não tivesse aparecido."

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